
A Grécia é um país onde as regiões são bastante diferentes entre si. Atenas é meio como São Paulo. Cidade grande (principalmente para padrões Europeus - 5 milhões de habitantes), de passo apressado, sempre muita gente pra lá e pra cá na correria casa-trabalho-casa ou casa-escola-casa (ou, em alguns casos, casa-escola-trabalho-casa), tráfego de louco, poluição (tanto olfativa quanto sonora, e, em muitos casos, visual também), aquela coisa toda. Por outro lado, exatamente pelo fato de ser cidade grande, é possível encontrar de tudo.
Primeiro, tem a população. Dá pra encontrar gente de quase todo lugar do planeta aqui nessa cidade. Pode pensar naqueles nomes de países estranhos tipo Azerbaijão, Cazaquistão, Mongólia, Bangladesh, Cambódia, Tajiquistão, Vanuatu... e por aí vai: não é brincadeira, aqui tem gente desses países todos, mesmo. Só citei alguns - achei legal quando conheci pessoas desses lugares.

Sibéria, imagine. Negócio impressionante. Eu, claro, pra não fugir da rotina, fiz aquelas perguntas de gente besta. Igualzinho ao estrangeiro que diz, "ah, Brasil! Vocês moram em árvores mesmo por lá?". Aqui é a mesma coisa. Se você não sabe, o que vai fazer? Tem que perguntar, mesmo. Eu fui nas raias do ridículo: "e aí? Lá é frio mesmo ou é só boato?" A gargalhada que ele deu me deixou até sem jeito. "Frio? Rapaz, tempo bom lá é 50 abaixo de zero." Eu devo ter feito uma cara meio besta, porque ele continuou explicando: "as pessoas às vezes dizem que somos frios também porque não costumamos tocar ninguém quando conversamos. Mas isso não é verdade. Simplesmente não podemos tocar ninguém porque a pele pode colar, e é muito difícil soltar. Só com água quente." Ele também explicou que é senso comum (mais ou menos como no Brasil a gente sabe que não deve deixar os pertences sem vigiar): não se toca, sob circustância nenhuma, em nada feito de metal, porque senão não dá pra desgrudar. E, segundo ele, dói. A valer. Imagine, um metro de neve quanto a situação é favorável ao transporte. Minha mãe, coitada, que quando dá 25 graus em Salvador, já está morrendo de frio... só de pensar na Sibéria deve pegar resfriado.

Também não sabia que o inglês era língua oficial na maioria dos países índios, que o Sânscrito ainda é falado atualmente e que era possível comunicar-se em Aramaico. Ô coisinha de dar arrepio. Esse figura que eu conheci, Davi, era um seminarista que falava Aramaico fluente. E não estou dizendo que ele sabia rezar o pai-nosso ou que sabia umas palavras na língua, não. O homem falava (e me ensinou) coisas do tipo "qual a boa?", "abacaxi", "valeu" e "quem sabe faz ao vivo." Sabe mesmo, porque não é qualquer um que fala a língua de Jesus Cristo...
A Grécia é legal. É um país com muita coisa pra ser ver, muitos lugares pra se visitar e um povo muito louco. Cada dia é uma novidade nesse lugar. Vida de turista então... só alegria. :-)
A palavra de hoje é:
- Ελλάδα (pronunciada "elládha"), que significa "Grécia".