Tuesday, October 14, 2003

O Começo do Interlúdio

.:A Preparação:.
Demorou, mas enfim aqui estou, com o segundo post do Vida Grega.

O tempo em silêncio deve-se a razões diversas. Primeiro, porque não tenho o computador à mão para escrever na hora que eu bem entender. Segudo, porque os computadores existentes por aqui não possuem (logicamente) suporte para o português. O resultado é que não posso nem: 1) acentuar as palavras; nem 2) ver páginas ou documentos corretamente - porque em vez de letras acentuadas, tudo o que se vê são caracteres gregos.

Mas vamos começar do começo. Voltemos ao dia 06 de Outubro de 2003. Eu tinha uma passagem de ida para a Grécia marcada para o dia 08 à zero hora e meia (00:30). Seria uma quarta, o que significa que eu teria que sair de casa na terça, por volta das 10 da noite, para poder chegar no aeroporto em tempo de pegar o avião. O problema é que quando você pretende ir ao exterior com algum intento que não seja o de turismo (trabalho, estudo, etc.), há que se conseguir um visto, e esse visto se consegue no consulado do país que se deseja ir. No meu caso, o da Grécia, que fica no Rio.

Pois bem, a coisa funciona da seguinte forma: como você tem que viajar e residir legalmente em outro país, existe a velha burocracia. O consulado manda informações suas ao país em que você deseja se estabelecer e espera a resposta do governo desse país, dizendo se você tem autorização para residir lá. Em outras palavras, é o famoso visto, ou, em inglês, visa. Era a única coisa que faltava.

A questão era que já era dia 06, e eu iria viajar dia 07 (na verdade, dia 08, mas eu sairia de casa no dia 07, já que o vôo era meia-noite). Depois de falar com o cônsul da Grécia pelo telefone, descobri que meu visto ainda estava no Rio e que a autorização da Grécia não chegara. E, claro, não podia perder a passagem (é, a companhia, por incrível que pareça, não aceitava mudança de data nem reembolsava o money. Como havia sido comprada através de algum tipo de promoção, não aceitavam mudanças. Em outras palavras, eu iria perder quase 3.000 reais). O resultado é que o cônsul propôs que eu fosse ao Rio no mesmo dia e pegasse o passaporte com o visto que ele daria (isso ilegalmente, porque autorizaria minha entrada sem receber confirmação do governo grego, o que, devido às circunstâncias, era a única saída). E é isso mesmo. Às vésperas da viagem, tive que comprar uma passagem pro Rio. Mais dinheiro, infelizmente, já que a passagem (ida e volta) custou quase 800 mangos. [suspiro]

Mas bem... fui ao Rio dia 06 e, claro, não pude pegar o passaporte no mesmo dia, porque os consulados só estão abertos de 10am às 3pm. E tinha conseguido um vôo que chegava às 6 da tarde. Fiquei lá até o outro dia, fui no Consulado, peguei o passaporte e fui pro aeroporto, pra voltar pra Salvador. Cheguei em SSA, ainda tive que arrumar as malas (já que não tinha contado com um dia a menos para colocar as coisas em ordem) e fui pro aeroporto de novo, dessa vez para ir à Grécia.

Chegando lá, estavam presentes, além da família (tio, tia, pai, mãe, irmã, papagaio, cachorro, etc.), Metal, Hyor e Júnior (guitarra, ex-Pandora, ex-Dark Riders), esperando por mim que, pra variar, chegava meio atrasado - mas também, tinha sido um dia meio cansativo, há que se admitir. Ficamos jogando papo fora até a hora que fui chamado pra embarcar. Aí então o usual: o choro, a euforia na hora de perder o filho pro mundo, aquela coisa toda.

.:A Viagem:.
A viagem durou oito horas até Lisboa. Do meu lado, havia se sentado uma brasileira que estava indo estudar moda na Suíça. Jogando conversa fora, descobri que os 23 graus outonais de Athenas se transformavam em cruéis 5 graus suíços, e também que a frieza do povo neutro contrastava drasticamente com a agitação e a vivacidade dos helênicos.

As oito horas, felizmente, não se demoraram tanto a passar, já que foi um vôo que aconteceu de noite. Todo mundo dormiu e ficou por isso mesmo. Chegando em Lisboa, tive que achar alguma coisa pra prender o cabelo, e vivi mais descobertas:
1) "Xuxa" (aquela, de cabelo) em Portugal se chama "elástico";
2) "Bico de pato" é "mola" (?!)
3) "Piranha" (aquele negócio pra prender cabelo também) pode ser "piranha" ou... "frufru".


Duas horas depois, estava num vôo para Roma, deixando o sotaque lisboeta para trás. Desembarcando na cidade do antigo maior império do planeta, dei-me conta de que era a minha segunda vez naquele país. E, pela segunda vez, me impressionei com a beleza do lugar. Vou dizer, que paisinho bonito! Muito verde, as estradas muito bem conservadas, o povo muito simpático, o ar muito limpo, e a temperatura... ah, que tempo bom! Gostoso de ficar na cama, debaixo das cobertas vendo filme naquele friozinho bom. Frio que não é frio, e sim aqueles 20 graus que te fazem sentir confortável e que não te deixam ficar suando o dia inteiro.

Seguindo as instruções expressas de Hyor, decidi aproveitar o momento e viver a noitada de Roma. Depois de ligar pros contatos na cidade, o resultado foi uma farra passada entre 5 clubes diferentes (todos com direito a entrada de graça), mais de 120 quilômetros por hora em duas Ferraris diferentes, visitas noturnas ao Coliseu e a outros pontos turísticos da cidade (que é impressionantemente linda!) e uma noite não-dormida. De manhãzinha, me sentindo quebrado, me despedia do povo no aeroporto Leonardo DaVinci, com trajeto Roma-Athenas.

Já no aeroporto, esperando para embarcar no avião, podia-se ver pessoas de todas as partes do mundo. Andando um pouquinho, ouvia-se inglês; mais um pouquinho, espanhol; mais um poquinho, italiano; mais um pouquinho, sueco; e assim por diante. O engraçado é que era fácil distinguir os gregos do resto do planeta. São, em geral, pessoas realmente vivazes e quentes - traço que perdura desde a remota antigüidade helênica, há cerca de 3.000 anos. No avião, sentei ao lado de um grego completamente insano (coisa que, na verdade, não é bem a exceção por aqui, mas mais a regra...), e viemos conversando até Athenas. Era um sujeito debochado, que toda vez que via uma aeromoça italiana passar pelo corredor do avião dizia, com uma expressão facial singular, alguma coisa que, em português, seria mais ou menos "essas italianas... essas italianas... que gatas!". Além disso, se dizia muito fã de aviões e que gostaria muito de ser piloto. Isso era fácil de ver, uma vez que passou quase o vôo inteiro agarrando o assento dianteiro com as mãos e balançando o bicho de um lado para o outro como se fosse um manche de avião. O passageiro da frente (que também era grego), eventualmente, levantou-se e xingou uns trinta minutos, até que os ânimos se apaziguaram. O interessante é que o Giannis (esse grego que sentara ao meu lado) volta e meia chamava as aeromoças e falava com elas (em grego, porque não sabia italiano nem inglês) como se fosse a coisa mais normal do mundo. Frustrado, quando recebia um olhar do tipo "?!", devidamente seguido por um "scuza?!", se volvia a mim e dava ordens estritas de traduzir tudo o que falasse, pois suas dúvidas eram de importância mor.

Cerca de 1 hora e meia depois, regadas a muita risada, chegamos a Athenas, onde já havia uma comitiva esperando por mim no aeroporto. Depois de muito grito, muitos abraços e da euforia por rever velhas amizades, deixei as malas na casa do Thymios (meu maior amigo aqui na Grécia, e onde fiquei nas outras duas vezes que vim a Athenas) e saímos pra farra novamente (já que não dava mais tempo de ir à faculdade e dar conta da burocracia).

.:O Começo da Nova Vida:.
Sobre os gregos, há que se ter consciência de certas coisas: é importante que se tenha em mente que adoram sair, gritar, ser espaçosos, agitar... e realmente amam manter o astral altíssimo. Coisa rara é ver tristeza por aqui. São pessoas alegres e chegadas a uma boa gargalhada. Têm muito bom humor e mesmo que tenham acabado de te conhecer, podem fazer perguntas muito pessoais, do tipo "quanto você pesa?" ou "quantos anos você tem?" para as mulheres... e para os homens, "você está com uma aparência estranha. Há quantos meses você não dorme com alguém?". Geralmente é mais por piada, e sempre perguntam mais por curiosidade que por outro motivo. Isso quer dizer que não importa muito a resposta que você dê, eles não te olham diferente nem te consideram estranho. O pecado pra eles é não ter as dúvidas sanadas - por isso, gostam de perguntar, e também que façam perguntas a eles.

É interessante notar como palavras que continham significados tão profundos na filosofia grega antiga são usadas hoje em dia para coisas triviais... me faz pensar como as coisas podem mudar tanto, ainda que achemos que certas coisas durarão pra sempre. Às vezes as coisas continuam existindo... mas passam a portar um significado totalmente diferente daquele de outrora. E assim se vêem as coisas de forma completamente alheia. A luz é sempiterna, mas o prisma pelo qual se a vê é temporário, creio.

Certas coisas, entretanto, continuam tão atuais como o eram em épocas anteriores a Cristo aqui nas terras gregas. Desde a antigüidade o povo helênico tem se mostrado essencialmente musical, seja em sua própria língua, seja em seus trabalhos, como a poesia ou o teatro... ou como a própria música, que sempre tiveram em alta conta. Isso pode-se ver em áreas distintas do conhecimento humano... como por exemplo, os modos da música, chamados, não arbitrariamente, de modos gregos (que possuem nomes de regiões ou povos gregos, como dórico, lídio, frígio, jônico, eólico, etc.).

A música, pois, continua bastante presente na vida do grego. Ouvem muita coisa, e o mercado aqui é vasto. Gostam muito de música grega, mas também ouvem muita coisa "internacional", inclusive música brasileira. Conhecem Tom Jobim, Caetano e Toquinho, e até cantam músicas em português, mesmo. Chegam a manter sessões fixas de karaokê na casa de alguém, rodeados de muita bebida e comida (outra coisa que é inerente ao povo aqui: adoram comer!, e pode-se ver gente andando na rua, comendo sanduíches ou um dos pratos tradicionais gregos, chamado bougatsa [pronunciado bugátsa]). Ontem mesmo (11 de Outubro) fui a uma dessas sessões de karaokê e me diverti a valer. O pessoal canta junto, dança, pula e se diverte. O difícil por aqui é ir dormir cedo, porque sempre há alguma coisa pra se fazer. Meia-noite é quando as coisas ainda estão começando, e as opções são bastante variadas. Há espaço para todos os gostos e as pessoas se entendem bem. Aliás, coisa impressionante por aqui é que não há racismo. Ou discriminação de qualquer tipo, a propósito. Os gregos não têm um movimento separatista, não têm facções terroristas, e a maioria acha os negros interessantes (fisicamente, os gregos em geral têm pele branquinha e o cabelo preto e liso).

A Grécia é um país muito bonito, com uma língua complexa e específica, um povo cativante e com uma capital (Athenas) que não dorme, cheia de opções para quem gosta de sair e curtir a vida.

Mas é isso. Estou meio cansado de escrever, já. Semana que vem minhas aulinhas na faculdade começam... vamos ver no que vai dar. :-)

"Certamente dão nomes muito estranhos a doenças."
- Platão

Monday, October 13, 2003

F.A.Q. - Perguntas Mais Freqüentes

Essas são algumas das perguntas que mais recebi através de e-mails e de chats na Internet. Antes de me mandar um e-mail, dê uma olhadinha aqui, pois talvez a sua dúvida já tenha sido respondida - ou então você possa elaborar mais a sua pergunta, no caso dela ser muito vaga. :-)

Caso a sua dúvida não esteja aqui ou você queira simplesmente comentar ou sugerir alguma coisa... mande-me um e-mail.

(Última atualização em: 29/03/2010, às 10:20am)

Index:

1. Qual seu nome?
2. Onde você mora afinal? Brasil ou Grécia?
3. Como você foi parar na Grécia?
4. Por que a Grécia?
5. O que você/onde estuda?
6. Você volta ao Brasil ou vai ficar na Grécia pra sempre?
7. Agora que você está no BR você vai dar continuidade ao Vida Grega?
8. A Grécia é legal de se viver?
9. Como é a Grécia moderna?
10. Eu sempre estudei/sou curioso sobre a Grécia clássica, mas não sei nada sobre a Grécia moderna, pois nunca fui ao país. O que eu posso esperar?
12. Eu vou/estou planejando morar na Grécia. Que dicas você pode dar?
13. Eu estou [minha filha/meu irmão/meu pai/meu papagaio está] fazendo um trabalho sobre a Grécia. Você pode ajudar?

14. Eu quero perguntar uma outra coisa. Qual seu e-mail?





1. Qual seu nome?
Haggen Heydrich Kennedy.


2. Onde você mora afinal? Brasil ou Grécia?
Eu nasci em Salvador, Bahia, no Brasil; depois fui para Atenas, na Grécia, onde vivi por alguns anos; e em fins de 2006 finalmente voltei a Salvador, onde moro até agora. O blog foi escrito principalmente quando eu morava na Grécia.


3. Como você foi parar na Grécia?
Através de uma bolsa de estudos cedida em 2003 pelo Ministério das Relações Exteriores da Grécia (leia mais em Vida Grega - O que é? e no meu primeiro post do Vida Grega).


4. Por que a Grécia?
Eu sempre gostei da Grécia, desde pequeno. Sempre estudei sobre a história, a cultura grega da antigüidade, sobre seus filósofos e sobre sua língua. Eu havia vindo à Grécia em 2000 e em 2002 a turismo e vivi uma experiência agradável. Todos esses fatores contribuíram para minha tentativa de conseguir uma bolsa. Mas, mais que tudo, eu sempre quis viver por um tempo num país diferente. Eu iria a qualquer país que me oferecesse uma bolsa. Como foi na Grécia que eu consegui a oportunidade, foi à Grécia que eu vim.


5. O que você/onde estuda?
Eu consegui uma bolsa para História, Arqueologia e Grego Antigo na Universidade de Atenas, em Atenas, na Grécia. Estudei lá por alguns e anos e voltei ao Brasil. Agora trabalho (sou tradutor e intérprete) e estou estudando Direito.


6. Você volta ao Brasil ou vai ficar na Grécia pra sempre?
Eu já voltei ao Brasil. Moro em Salvador, na Bahia, cidade onde nasci. Mas eu nunca parti do princípio de querer ficar na Grécia pra sempre. Sempre tive (e tenho) a sensação de que há muita coisa nesse mundo para se conhecer - eu saí do Brasil por essa razão, na verdade. Nunca sairia e ficaria no primeiro país em que visitasse. E agora que estou no Brasil tambémnão sei se será o país em que ficarei pra sempre. Como eu disse, ainda há muita coisa a se ver e experimentar na vida. :-)


7. Quando você voltar ao BR você vai dar continuidade ao Vida Grega?
Essa é uma boa pergunta. Eu fiz o blog pensando em dar detalhes da Grécia enquando permanecia lá. Depois que voltei só atualizei o blog uma vez - infelizmente, é por questão de tempo, mesmo. Com trabalho + estudo, não sobra tempo pra muita coisa. Mas não vou apagar o blog, nem decretar sua descontinuação de modo taxativo. Vou deixar o site no ar e, quando sobrar um tempo, eu atualizo.


8. A Grécia é legal de se viver?
É. Mas a resposta provavelmente depende mais de você do que de mim. Eu gosto bastante da Grécia. É um país não tão avançado tecnologicamente quanto os países do norte europeu, não tão... "civilizado", digamos. Explico: Atenas é a capital da Grécia, e completamente diferente do resto do país. Muitas das áreas restantes da Grécia ainda possuem simples camponeses e pessoas humildes e simples, que falam uma variante "esquisita" do grego, mais antiga e com sotaques diferentes, desconhecendo o metrô, os carros esporte - nalguns lugares, mesmo a televisão. As ilhas mostam uma outra faceta do país - são mais de 200, e há para todo tipo de propósito: ilhas para quem quer namorar, ilhas para bacanália, ilhas para momentos de solidão e isolamento, ilhas de beleza natural, ilhas para mergulho, ilhas para gays e lésbicas, ilhas de praias, ilhas de sítios arqueológicos... as opções são realmente muitas. A Grécia pode ser bastante diferente dependendo da região onde você vive, mas, no geral, eu acho o país muito interessante, e com um grande potencial ainda a ser descoberto.


9. Como é a Grécia moderna?
Veja o item 8 acima e o item 10 logo abaixo.


10. Eu sempre estudei/sou curioso sobre a Grécia clássica, mas eu nunca fui ao país. O que eu posso esperar?
A Grécia moderna não tem quase nada a ver com a Grécia da antigüidade, exceto pelo visual incrível, pela geografia e pelos templos e construções que sobreviveram. O resto ainda mantém resquícios do que era, mas em geral é uma civilização bastante diferente: a cultura, o povo, a mentalidade. Generalizando, o povo grego é bastante hospitaleiro e costuma ser aberto e atencioso com o turistas, especialmente com os brasileiros. Os gregos geralmente gostam muito do Brasil e dos brasileiros, e mais ainda de futebol, por incrível que possa parecer. Em qualquer campeonato televisionado os gregos se encontram todos em frente à telinha, torcendo pelo time favorito de cada um. Durante a copa, o fenômeno é um pouco similar ao que acontece no Brasil, apesar de que em escala menor.

Os gregos adoram carros, frapê (café batido no mixer, parecido com um milkshake) e as "cafeterias" (algo entre o restaurante e o barzinho), além das boates. Geralmente os gregos gostam de levar uma vida tranqüila, apesar de serem bastante temperamentais, mesmo quando não querem - muitas vezes, quando estão apenas conversando, você pode pensar que estão brigando, tamanhos são os gritos. Quando estão irritados também podem gritar bastante com você, apesar de que 2 minutos depois agem como se nada tivesse acontecido - é como se fosse uma descarga da frustração: quando se desabafa, acaba completamente. Os gregos são geralmente muito honestos e sinceros, e podem dizer coisas na sua cara que te deixam muito sem jeito - é normal, e se te perguntarem alguma coisa, mesmo que estranha, responda normalmente. Eles estão mais interessados em matar a curiosidade do que em te aborrecer. :)


11. Eu vou/estou planejando morar na Grécia. Qual o custo de vida?
Em breve.


12. Eu vou/estou planejando morar na Grécia. Que dicas você pode dar?
Em breve.


13. Eu estou [minha filha/meu irmão/meu pai/meu papagaio está] fazendo um trabalho sobre a Grécia. Você pode ajudar?
Depende. Eu já recebi realmente vários e-mails com esse tipo de pedido, e, bom... não me machucam nem me atrapalham, mas eu tenho duas coisas a dizer:

1) Eu não vou fazer o seu trabalho por você. Isso é sério! Posso te apontar em determinada direção (dando o endereço de páginas, uma bibliografia etc.), dar conselhos ou mesmo discutir determinados assuntos para que você possa fazer o seu trabalho, mas eu definitivamente não posso fazer o seu dever de casa. Não é por malícia, é por outras razões, principalmente filosóficas. :-)

2) Bom... pode acontecer de eu não ter como te ajudar. Afinal, toda pergunta que começa com "você pode...?" está fadada a ter dois tipos pragmáticos de resposta: sim ou não. Se eu puder te ajudar, eu ajudo. Se não... bom, não. :-)


14. Eu quero perguntar/falar/sugerir uma outra coisa. Qual seu e-mail?
Devido ao monte de spambots que andam na Net, catalogando o e-mail de todo mundo (e, por conseqüência, devido ao fato de eu estar recebendo spam demais), eu tenho que recorrer a esses métodos. O endereço abaixo é uma foto - simplesmente digite o endereço no seu programa de e-mail favorito (não esqueça do underline ( _ ) entre o haggen e o kennedy) e pronto. :) Ah! E coloque um subject (assunto) que tenha a ver com o Vida Grega - pode ser que eu pense que é spam e delete sem querer. :-)

Copie o texto ao seu programa de email. :-)


Para mais informações, veja:

Sunday, October 05, 2003

O Começo

Pronto. Vida grega. Aqui estamos.

Como todo mundo sempre me pergunta pelas novidades, como as coisas vão indo e - principalmente - sobre a viagem à Grécia, e como será a vida lá, e etc... decidi criar um blog. Assim não preciso contar a mesma história um trilhão de vezes: todo mundo pode vir aqui, ler... e quando o povo encher o saco de tanta letrinha, pode simplesmente fechar a janela e voltar outro dia pra saber do resto. Ou simplesmente não voltar. Acontece. :-)

Então, pra inaugurar isso aqui, vou contar de novo (ufa!, acho que agora será a última vez) como diabos aconteceu de eu ir pra Grécia:

Algumas universidades ao redor do globo se dispõem anualmente a abrir suas portas, oferecendo bolsas para estudantes do mundo todo. Como mandam formulários para universidades com algum tipo de link com o governo, as faculdades brasileiras estaduais ou federais são as melhores para se conseguir entrar em contato com as universidades de lá de fora.


Pois bem! Como eu fazia UFBA, lá mesmo eu consegui (não sem muito sufoco e persistência) um formulário de aplicação para uma bolsa de estudos na Grécia. Isso foi por volta de Julho (2003). O caso é que, infelizmente, a maioria das oportunidades que surgem ficam guardadas a sete chaves dentro de alguma gaveta, na mesa de alguém da faculdade. Cabe a você virar e revirar o mundo atrás do tal documento. Eu te digo, meu amigo: a chance existe, mas você tem que correr atrás da dita cuja, porque às vezes é difícil conseguir chegar até ela. Na maioria das vezes, vemos ela passando ao longe e fica tudo por isso mesmo.

Mas então... o que aconteceu? Aconteceu que eu passei semanas falando com Deus e o mundo na UFBA, procurando o tal do formulário para a bolsa no exterior e, como de praxe, ninguém nunca sabia de nada. Quando consegui, constatei que faltavam só duas semanas para conseguir diversos documentos, traduzi-los e mandá-los para o consulado da Grécia.

Foi uma corrida só. Passei duas semanas pra cima e pra baixo, tentando arranjar os tais documentos, e vou dizer uma coisa: como as coisas podem ser difíceis no Brasil! É incrível como ninguém sabe de nada, e quando dizem que sabem, dão informações erradas. O resultado pode ser desastroso: por pouco não perdi a oportunidade; e, creio, em casos mais graves, as conseqüências poderiam ser mais danosas que a perda de uma viagem.

Mas bem... conseguidos os documentos, tive que pagar um tradutor juramentado para traduzir todo o material, o que encareceu mais ainda os já avançados custos. Logo depois, fui correndo ao correio, mandar por Sedex a coisa toda - isso no último dia do prazo dado. Depois disso, fiz entrevistas por telefone (sim, em grego) com algumas pessoas por algum tempo. Daí, era só esperar.

E esperei. Depois disso, os dias se passaram, de forma que se transformaram em semanas. Essas, em meses. Até que no dia 24 de Setembro, quando saía de casa para fazer uma prova de Latim, o telefone tocou. Era o cônsul da Grécia, dizendo que eu havia sido selecionado e que podia me preparar, porque eu deveria estar em Atenas até o dia 15 de Outubro (2003) para me apresentar junto à universidade. Com a notícia, tive que correr de novo para arranjar outros documentos, porque tinha que mandar meu passaporte para o consulado para que me dessem o visto. A diferença é que antes tinha duas semanas, e agora tinha só uma. Mas consegui. Os documentos eram mais fáceis de se adquirir, e não eram muitos. Depois disso, tranquei a matrícula na Federal e comprei passagem pra Atenas. Foi o fechar do ciclo. Agora é esperar pelos próximos updates aqui na página e acompanhar, mesmo que superficialmente, a minha estada na terra Homérica. :-)

Brasil! Brasil! Brasil! :)

Wednesday, October 01, 2003

Como Navegar

Se você percebeu que no Vida Grega há algumas palavras em rosa e outras em azul, que algumas janelas se abrem quando você clica nelas, se você não sabe que links se abrem em outra janela e que links se abrem na mesma janela... então essa entrada é pra você, porque vai te sanar as dúvidas.

Um blog, ou, mais naturalmente, qualquer página na Internet, sempre vai mostrar links, ou ligações. O alvo da palavra linkada diz respeito a assuntos que falam do tema relacionado a si própria.

Por exemplo, se a palavra Google estiver linkada (e está, pode clicar nela), você verá que uma nova janela se abrirá, e o Google será mostrado. Essa nova janela não é um pop-up, pois há uma diferença: os pop-ups são basicamente janelas indesejadas que se abrem na sua tela. Ou seja, são janelas que você nunca pediu, ou requeriu, que fossem abertas para você. No caso do Vida Grega, somente clicando num link uma janela poderá se abrir. Não existem pop-ups neste site.

Links Azuis
Qualquer termo, ou frase, em azul será um link. Se você passar o mouse sobre o link, você verá que ele será sublinhado. Se não estiver sublinhado quando o mouse estiver sobre ele, é porque não é um link, apenas uma palavra em azul - apesar de que, basicamente, isso não deverá jamais acontecer, pois a regra geral é que, se eu quiser destacar uma palavra, ela virá em negrito, em itálico, ou simplesmente sublinhada. No máximo, de alguma outra cor que não o azul ou o rosa, pois estas já estão reservadas.

Há dois tipos de links:

Links Abertos na Mesma Página - Esses são os links que tem como alvo qualquer artigo ou nota dentro do próprio Vida Grega.
Por exemplo: se em determinado artigo (digamos, do dia 10 de abril) eu faço menção a um outro artigo (digamos, do dia 5 de abril) e eu fizer uma ligação, nessa minha nova entrada, a este segundo artigo mais antigo, o link se abrirá na mesma página. Para voltar ao artigo que você estava lendo, você terá que clicar no botão "Back" do seu navegador (ou "Voltar", ou "Retornar", dependendo de que programa você usa).

Links Abertos em Outra Página - Esses são os links que: 1) não tem a ver com o Vida Grega; ou 2) são figuras (qualquer foto).

Por exemplo: se, num artigo, eu fizer menção à Yahoo, o link levará você a uma nova página, simplesmente por uma convenção minha que determina que páginas não pertencentes ao Vida Grega sejam abertas numa outra janela.

Outro exemplo: se você clicar em qualquer foto, ela se abrirá numa nova janela, mesmo que, em vez da foto em si, seja apenas um simples link.

A razão é que, simplesmente, em muitos casos, é mais fácil assim. Em muitos dos meus posts eu falo da história da Grécia, e às vezes é imprescindível conferir a informação no mapa para que se possa entender melhor o que eu estou dizendo. Assim, é mais fácil ter numa janela o texto, e, numa outra, o mapa, preparado e pronto para ser visto e conferido.



Links Rosas
Há um outro tipo de link, o rosado. Esse é um tipo diferente: ele não te levará a nenhuma outra página, seja ela na mesma janela ou em outra.

Os links rosados foram feitos para explicar um pouco mais sobre determinados termos.

Em muitos casos, quando escrevemos um texto, não é possível explicar sobre determinados termos contidos nesse texto, simplesmente porque isso quebraria a unidade do discurso. Alguns elementos exigem uma explicação em mais de um parágrafo, e isso certamente poria em desordem o assunto principal de que desejamos falar.

Por essa razão existem os links rosados. Quando não for possível explicar, dentro do texto, o que determinado termo significa, existirá um link rosa. A título comparativo, os links rosas seriam como as notas de rodapé num livro. A diferença é que, numa página de Internet, às vezes é cansativo ir até o final da página, ler a nota, e então voltar ao lugar onde se estava para continuar a leitura. Com uma tabela explicativa à mão, com um simples passar do mouse sobre a própria palavra, ou frase, sem ter que trocar a página de posição e, principalmente, que só aparece se assim for desejado, é muito mais confortável para o leitor seguir o curso do texto.

Entretanto, há duas coisas a se dizer sobre esses links: a primeira é que eles não são clicáveis. Antigamente eu publiquei alguns posts onde, se esse links (que eram azuis, como os links de páginas ou fotos) fossem clicados, você seria levado à mesma página (basicamente porque os links rosados também são links, e, como tais, eles pedem que haja um alvo). É uma questão de programação que felizmente já foi resolvida - os links agora são rosas (para se diferenciarem dos que levam a páginas ou fotos), e são inclicáveis. Servem apenas para mostrar tabelas explicativas. Se quiser, pode fazer um teste.

A segunda coisa a se dizer é que, por restrições do servidor Blogger (o servidor que hospeda o Vida Grega na Internet), geralmente não é possível colocar qualquer tipo de informação nas tabelas explicativas dos links rosados. Isso significa que não se pode colocar palavras em itálico, negrito, sublinhado, links, nem mesmo parágrafos. Qualquer sinal de formatação é interpretado erroneamente pelo Blogger.com, e dá um certo trabalho - geralmente de horas - para colocar tudo em ordem (experiência própria). Na prática é possível burlar essas regras e enganar o servidor, mas, no final das contas, é simplesmente mais fácil (leia-se menos trabalhoso) deixar o texto explicativo sem qualquer formatação. Por isso, às vezes, pode ser que o texto no painel seja um pouco maçante de se ler, já que não posso dividi-lo ou torna-lo um pouco mais atrativo.

E boa navegação. ;-)



Para mais informações sobre o blog, dê uma olhada em:


E a palavra do dia é:
  • διαδίκτυο (pronunciada dhiadhíktio), que significa "Internet".

Vida Grega - O que é?

O que é o Vida Grega? A resposta mais simples é: "O Vida Grega é um blog", mas eu acho que ela não explica muito, então tente ter um pouquinho de paciência enquanto eu explico.

Meu nome é Haggen Kennedy, eu sou brasileiro de nascença, da cidade de Salvador, na Bahia. Em 2003, através de uma competição promovida pelo Ministério de Relações Exteriores da Grécia, eu consegui uma bolsa de estudos para cursar a faculdade de História, Arqueologia e Grego Antigo na Universidade de Atenas. Eu sabia que iria passar alguns anos fora do Brasil, então tive a idéia de manter mais do que a família informada: resolvi criar um blog (porque sabia que, assim, atingiria muito mais pessoas), contando tanto sobre a vida no país como sobre a história e identidade cultural helênica - já que, como todo mundo sabe, esses elementos foram de importância inegável para todo o mundo ocidental (e até para grande parte do mundo oriental também). Também achei que seria interessante citar, ao final de cada post, ou entrada, uma palavrinha em grego moderno, seguida de sua pronúncia aproximada e significado.

O Vida Grega, portanto, conta não só as aventuras de um brasileiro morando numa das civilizações mais antigas do mundo, mas também busca ser uma fonte de informações sobre a cultura que é geralmente considerada como "o berço da civilização ocidental". Afinal de contas, na Internet se encontra de tudo, não é mesmo? ;-)

Para mais informações sobre o blog, dê uma olhada em:


E a palavra do dia é:
  • Ελλάδα (pronunciada "elládha"), e significa Grécia.