Pronto. Vida grega. Aqui estamos.
Como todo mundo sempre me pergunta pelas novidades, como as coisas vão indo e - principalmente - sobre a viagem à Grécia, e como será a vida lá, e etc... decidi criar um blog. Assim não preciso contar a mesma história um trilhão de vezes: todo mundo pode vir aqui, ler... e quando o povo encher o saco de tanta letrinha, pode simplesmente fechar a janela e voltar outro dia pra saber do resto. Ou simplesmente não voltar. Acontece. :-)
Então, pra inaugurar isso aqui, vou contar de novo (ufa!, acho que agora será a última vez) como diabos aconteceu de eu ir pra Grécia:
Algumas universidades ao redor do globo se dispõem anualmente a abrir suas portas, oferecendo bolsas para estudantes do mundo todo. Como mandam formulários para universidades com algum tipo de link com o governo, as faculdades brasileiras estaduais ou federais são as melhores para se conseguir entrar em contato com as universidades de lá de fora.
Pois bem! Como eu fazia UFBA, lá mesmo eu consegui (não sem muito sufoco e persistência) um formulário de aplicação para uma bolsa de estudos na Grécia. Isso foi por volta de Julho (2003). O caso é que, infelizmente, a maioria das oportunidades que surgem ficam guardadas a sete chaves dentro de alguma gaveta, na mesa de alguém da faculdade. Cabe a você virar e revirar o mundo atrás do tal documento. Eu te digo, meu amigo: a chance existe, mas você tem que correr atrás da dita cuja, porque às vezes é difícil conseguir chegar até ela. Na maioria das vezes, vemos ela passando ao longe e fica tudo por isso mesmo.
Mas então... o que aconteceu? Aconteceu que eu passei semanas falando com Deus e o mundo na UFBA, procurando o tal do formulário para a bolsa no exterior e, como de praxe, ninguém nunca sabia de nada. Quando consegui, constatei que faltavam só duas semanas para conseguir diversos documentos, traduzi-los e mandá-los para o consulado da Grécia.
Foi uma corrida só. Passei duas semanas pra cima e pra baixo, tentando arranjar os tais documentos, e vou dizer uma coisa: como as coisas podem ser difíceis no Brasil! É incrível como ninguém sabe de nada, e quando dizem que sabem, dão informações erradas. O resultado pode ser desastroso: por pouco não perdi a oportunidade; e, creio, em casos mais graves, as conseqüências poderiam ser mais danosas que a perda de uma viagem.
Mas bem... conseguidos os documentos, tive que pagar um tradutor juramentado para traduzir todo o material, o que encareceu mais ainda os já avançados custos. Logo depois, fui correndo ao correio, mandar por Sedex a coisa toda - isso no último dia do prazo dado. Depois disso, fiz entrevistas por telefone (sim, em grego) com algumas pessoas por algum tempo. Daí, era só esperar.
E esperei. Depois disso, os dias se passaram, de forma que se transformaram em semanas. Essas, em meses. Até que no dia 24 de Setembro, quando saía de casa para fazer uma prova de Latim, o telefone tocou. Era o cônsul da Grécia, dizendo que eu havia sido selecionado e que podia me preparar, porque eu deveria estar em Atenas até o dia 15 de Outubro (2003) para me apresentar junto à universidade. Com a notícia, tive que correr de novo para arranjar outros documentos, porque tinha que mandar meu passaporte para o consulado para que me dessem o visto. A diferença é que antes tinha duas semanas, e agora tinha só uma. Mas consegui. Os documentos eram mais fáceis de se adquirir, e não eram muitos. Depois disso, tranquei a matrícula na Federal e comprei passagem pra Atenas. Foi o fechar do ciclo. Agora é esperar pelos próximos updates aqui na página e acompanhar, mesmo que superficialmente, a minha estada na terra Homérica. :-)
Brasil! Brasil! Brasil! :)